25 anos sem Zeca Afonso

Passaram 25 anos, Zeca, amigo maior que o pensamento, saíste da cidade , um chão de palavras pisadas, cantaste não me obriguem vir para rua gritar, sonhaste com a cidade sem muros nem ameias, com gente igual por dentro e gente igual por fora, disseste traz outro amigo também e venham mais cinco e seja bem-vindo quem vier por bem e disseste olha  o sol que vai nascendo, anda ver o mar, o mar tão grande, o mundo tão largo, tu filho da madrugada recolheste sombras onde viras luzes de orvalho ao meio dia, andaste à giesta, ao lírio maninho e a formiga saiu-te no carreiro em sentido contrário e fizeste um redondo vocábulo porque  o amor não te engana com sua brandura e sete fadas te fadaram e disseste vou ser como a toupeira e sei como se faz um canalha e conheço os vampiros comem tudo e a não deixam nada e tiveste o diabo na mão e era de noite e levaram e  a morte saiu à rua num dia assim  mas gritaste o povo é quem mais ordena e enquanto há força no braço, seremos muitos seremos alguém e clamaste mudem de rumo, mudem de rumo!
Por trás daquela janela/ por trás daquela janela/faz anos o meu amigo, irmão!

2 comentários:

folha seca disse...

Zeca. Sempre!
Abraços
Rodrigo

Graza disse...

Sempre! E foi bonita a festa e interessante verificar como a sala estava lotadíssima. Grande noite.