Contra o genocídio na Faixa de Gaza

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A Associação Abril não pode deixar de expressar o seu protesto em relação aos acontecimentos que estão a decorrer na Faixa de Gaza, na Palestina.
Apelamos a todos os que acreditam na justiça e na paz para se rebelarem de todas as formas ao seu alcance e repudiarem o massacre que o Estado Israelita está a efectuar, na Faixa de Gaza, contra o povo da Palestina. Exigimos que cesse o genocídio contra um povo indefeso, que há 60 anos tem resistido, em condições inomináveis, mas com enorme dignidade, contra tudo e contra todos os que os querem subjugar.

60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Utopia Cidade Sem muros nem ameias Gente igual por dentro Gente igual por fora Onde a folha da palma Afaga a cantaria Cidade do homem Não do lobo mas irmão Capital da alegria Braço que dormes Nos braços do rio Toma o fruto da terra É teu a ti o deves Lança o teu Desafio Homem que olhas nos olhos Que não negas O sorriso a palavra forte e justa Homem para quem O nada disto custa Será que existe lá para os lados do Oriente Este rio este rumo esta gaivota Que outro fumo deverei seguir Na minha rota? (Zeca Afonso)
Nestes 60 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, lembrámo-nos deste texto/canção do Zeca Afonso, pela sua semelhança, em termos de conceito. Não escreveu 30 artigos mas numa síntese poética põe lá tudo. Desta forma concisa José Afonso faz um hino aos Direitos Humanos. Apela ao sonho de harmonia entre os seres humanos, à dignidade, ao respeito pela natureza e pelo património cultural, ao direito e ao respeito pelo fruto da terra, ao direito à indignação, à justiça, à liberdade, à esperança de um rumo novo para a humanidade. Passados 60 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e mais de 20 anos sobre a canção do Zeca, a humanidade continua, cada vez mais, a esquecer – se de cumprir o que tão entusiasticamente declarou como suas obrigações absolutas e inquestionáveis. Esquece por completo aqueles direitos primordiais a que todos os seres humanos têm direito só pelo facto de existirem: a dignidade do ser – o direito ao pão, à habitação, à saúde, a educação, à liberdade, à paz.
Todos os restantes valores apenas aperfeiçoam estes que, para nós, são os principais. O que hoje vemos são estes e outros valores completamente invertidos e violados.
A humanidade perdeu a vergonha! É mais importante salvar quem já muito possui, os altos interesses dos ricos do que salvar famintos, sem tecto, sem terra, sem nada! Há que dizer que chega de hipocrisia! É preciso começar a mudança e lançar o grito de Basta Já!

Crédito de imagem a: Lino Resende

Este texto faz parte da Bolgagem Colectiva de Celebração do 6oº Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promovida por Sam, do Fênix Ad Eternum.

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Um bom presente de Natal

Livro de homenagem a Maria de Lourdes Pintasilgo: “Uma Flor por Maria de Lourdes Pintasilgo” Locais onde é possível adquirir o livro: Associação ABRIL – R. de S. Pedro de Alcântara (ao Bairro Alto), 63 – 1.º D.to – 1250-238 Lisboa ......................
........Das 15 H às 21 H Livrarias .........Letra Livre – Calçada do Combro, 139 em Lisboa .........Loja 107, Livrarias – R. Heróis da Grande Guerra, 107 em Caldas da Rainha .........Letra +, Lda – R. Filipe Folque, 12/A em Lisboa .........Ler Devagar – Fábrica Braço de Prata em Lisboa Na Associação ABRIL, poderá juntar ao livro o DVD sobre o mesmo tema, da autoria de Felizarda Barradas, ou adquirir separadamente o DVD ou o Livro. Preços na Associação Abril Livro: €12 DVD: €5 Livro +DVD: €15 .

"Conversas de fim de tarde"

Convite
Nas nossas “Conversas de fim de tarde”, vamos falar sobre os 50 anos da Revolução em Cuba, no dia 15 de Dezembro de 2008, às 19.00h, na nossa Sede.
Teremos a presença de uma representante da Embaixada de Cuba, Dra. Ivette Garcia, e de
Alípio de Freitas que viveu os anos da Revolução Cubana, tendo privado com Che Guevara.
Será mais uma oportunidade para estarmos juntos e reflectir sobre as coisas do Mundo. Vamos misturar experiências, conhecimentos, esperanças e sonhos. No final do encontro não faltará o famoso rum cubano, que nos proporcionará mais um momento para confraternizar.
. Contamos convosco!

Relatório de Actividades - 2007 e 2008

Este relatório de actividades diz respeito às actividades realizadas no ano de 2007 e até 30 de Outubro de 2008.
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As actividades foram desenvolvidas à volta dos objectivos de intervenção que sempre nortearam a Associação ABRIL, nomeadamente os relacionados com as vertentes política, social, cívica e cultural
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. I. Em 2007 e 2008, realizámos aquele evento que já começa a ter alguma tradição e uma forte identificação com a Associação ABRIL: 1. O ARRAIAL comemorativo do 25 DE ABRIL, que tem lugar no Largo do Carmo. Assim, organizámos o 4.º e 5.º Arraiais do 25 de Abril, mantendo as suas características já conhecidas: para além do seu carácter lúdico também o seu cariz pedagógico – a presença de várias Associações com as mostras de gastronomia nacional e internacional, a música e a dança, bem como várias exposições, das próprias associações e, no ano de 2008, a exposição cronológica sobre o 25 de Abril, cedida pelo Centro de Documentação 25 de Abril de Coimbra que teve lugar no Quartel da GNR, no Largo do Carmo; 2. Ainda neste contexto das comemorações do 25 de Abril, estamos em negociações com o grupo de teatro “O BANDO”, no sentido de encenarem um espectáculo para estrear no dia 24 de Abril, eventualmente, no Arraial de 2009. Para isso, estamos a ter a colaboração do Arquivo-Museu da GNR, na pessoa do Major Andrade que tenta arranjar patrocínios. II. Cumprindo o plano de actividades, editámos o livro, referente à homenagem a Maria de Lourdes Pintasilgo, que ocorreu na BMRR, denominado “Uma for por Maria de Lourdes Pintasilgo” e procedeu-se ao seu lançamento na Livraria Parlamentar da Assembleia da República. 1.Para além deste lançamento, o livro também foi apresentado em Quarteira, a convite da Agência do Banco do Tempo. Esta apresentação foi enriquecida com um DVD de Felizarda Barradas, dedicado a MLP.
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.. III. Ao longo destes dois anos organizámos algumas conferências/debates, sobre vários temas a que chamámos “Conversas de fim de tarde”, como por exemplo: 1.“Desenvolvimento sustentável - uma introdução ao tema”. Esta sessão foi organizada na sequência de uma anterior sobre energia nuclear e energias renováveis. Desta vez ouvimos e reflectimos com o investigador Samuel Niza. Com elas, pretendemos, de certo modo, dar a conhecer as várias perspectivas deste tema tão actual e que a todos diz respeito, já que só temos esta Terra para viver; 2.Lembrámos Zeca Afonso, através das palavras e das memórias de José Mário Branco, numa sessão muito emotiva e participada; 3.Exibição do documentário “As Operações SAAL”, filme que esteve presente no DOC Lisboa, e contou com a presença do realizador João Dias ao qual se seguiu um debate muito animado. IV. Participação na Festa da Diversidade, integrada no Plano Nacional da Acção do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos. V. A partir do livro de José Saramago, “As pequenas memórias” e de uma ideia de Tília Fonseca, temos estado a preparar com a Fundação e com a Junta de Freguesia, o que nós denominamos “Os caminhos de Saramago, na Azinhaga”, terra natal do escritor. Já ocorreram duas reuniões nesse sentido e está prevista uma nova reunião nos inícios de Dezembro. .
. VI. Consideramos que visitar o país ou pequenos lugares, reflectir sobre esses mesmos lugares, sobre o seu significado, sobre a sua importância na vida das pessoas, é sempre enriquecedor e criativo. Assim também enveredámos por vários caminhos, procurando conhecer, reconhecer e entender. Nas visitas culturais, realizámos: 1.Visita/debate ao convento das Bernardas, onde foi feita uma apresentação sobre a recuperação do Convento pelas Arquitectas Teresa Duarte responsável pelas obras de recuperação e Clara Vieira Directora Municipal da DMRU na altura, espreitámos o Museu da Marionete e deliciámo-nos com uma excelente ginjinha, oferecida pelos donos do restaurante “A Travessa”; 2.Outro dos nossos destinos foi ainda a cultura e o ambiente: Visitámos a Companhia das Lezírias e Museu do neo-realismo de Vila Franca de Xira, tendo sido guiados pelos respectivos Directores, Eng. Vítor Barros e Dr. David, pessoas apaixonadas pelo seu ofício e que nos contagiaram com o seu saber. VII. Acções de solidariedade também nos são muito caras, por isso a nosso apoio permanente à causa do Iraque: 1. Participámos, juntamente com o TMI, na organização dos concertos “Canções pelo Iraque” e “Canções pelo Médio-Oriente”, de solidariedade para com estes povos; 2. Colaboração com o TMI, numa sessão na casa do Alentejo, sobre a situação dramática que se vive no Iraque, que contou com a presença de uma médica iraquiana; 3. Colaboração com o TMI e com o grupo da Tertúlia Liberdade, na exibição de um ciclo de filmes sobre a guerra do Iraque.

Lançamento do livro “Uma flor por Maria de Lourdes Pintasilgo “

Este evento foi promovido pela Agência do Banco do Tempo, de Quarteira, com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, e teve lugar na Galeria Praça do Mar, em Quarteira. Intervenções de Gilberta Alambre, Isabel Pinto, Margarida Vieira e Teresa Maria Branco Apresentação de Maria Guadalupe Magalhães Portelinha

Sessão de apresentação “Uma flor por Maria de Lourdes Pintasilgo” Agência do Banco do Tempo de Quarteira 08 de Novembro de 2008 15.00h – Galeria Praça do Mar Muito obrigada a Giberta e Isabel, coordenadoras da Agência do Banco do Tempo em Quarteira, a Teresa Maria que fez a ligação com a Abril e também, a todos vós, pela vossa presença, amigas e amigos da Abril e de Maria de Lourdes Pintasilgo, muito obrigada por partilharem connosco este momento.

Antes de darmos início à apresentação do livro que hoje aqui nos junta, queria pedir-vos para que se sentassem, por instantes, num banco, que pode ser um banco do tempo, para vos oferecer um pequeno momento de introspecção com o visionamento de imagens acompanhadas por uma peça musical, de Hildegarde von Bingen, que Maria de Lourdes Pintasilgo (MLP) muito apreciava. São fotos de flores que uma amiga da Abril, Felizarda Barradas, dedicou a Maria de Lourdes Pintasilgo, inspirada no título do livro, da autoria de Margarida Vieira.

Este livro nasceu da junção de muitas vontades, de muita solidariedade e voluntariado, dado que todos contribuíram graciosamente para a sua elaboração, com excepção da Gráfica. Tivemos ainda o subsídio fundamental da FCG. Na altura do lançamento do livro, na Livraria Parlamentar da Assembleia da República, tive ocasião de agradecer a todos os que contribuíram para a sua elaboração. Mas, mais uma vez devo agradecer a todos e também agradecer em especial a MLP por ter feito parte das nossas vidas e ter contribuído, com o seu pensamento social e político e com a sua postura independente, para a constituição da Abril e dos objectivos que a têm norteado. Por isso e muito mais que ficará por dizer, se justificou a singela homenagem que lhe prestámos e que se consubstanciou neste pequeno livro que, por sua vez, se constituiu como outra evocação/homenagem também ela emotiva e saudosa. Mas com o que aprendemos com o pensamento de MLP, embora este seja um momento de saudade, não o será no sentimento estático, mas antes no motor da acção que nos leva a realizar iniciativas como este encontro. Sem dúvida, a saudade como lembrança do passado, mas também a saudade projectada na esperança e no futuro, e vivida no presente, no tempo do agir, agora! Na elaboração deste livro nós colocámos a ternura e o cuidado, essa ternura e cuidado que MLP tão bem definia e defendia; passámos tempo a cuidar da nossa flor, por isso esta “Flor por Maria de Lourdes Pintasilgo” ser tão importante para nós.

Com MLP percebemos que é a ternura e o cuidado que criam o universo das excelências, do significado da existencia, daquilo que vale e ganha importância, em função do qual se pode sacrificar o tempo, o empenho, e, às vezes, a própria vida. Segundo MLP e outros pensadores a raiz básica da nossa crise cultural é uma aterradora falta de ternura e de cuidado, de uns para com os outros, de todos para com a natureza e o nosso próprio futuro. MLP durante a sua vida deseja e persegue um pacto de futuro entre os povos, entre as religiões, para com a natureza. Por isso o seu alerta nessa obra exemplar: Cuidar o futuro e na Fundação com o mesmo nome! Heidegger colocou a ternura e o cuidado como fenómeno estruturante da existência, como aliás já o sabia o velho mito grego, segundo o qual o deus Cuidado foi quem criou o ser humano. Não deixa de ser sintomático que um dos maiores revolucionários modernos, Che Guevara, tenha tomado como lema da sua prática a ternura associada a um forte acção: “tem que se ser duro sem nunca perder a ternura”( hay que enrijecerse pero sim perder la ternura). E é também neste contexto, em que cuidado implica acção, que assentou o pensamento político de MLP. Na ligação entre ideias e acção, na convicção de que não deveria haver cortes entre economia e política, entre meios e fins, entre eficiência e equidade, entre métodos e valores, numa procura constante em associar o rigor e a democracia, nomeadamente a democracia participativa. O seu interesse em ir ao encontro de uma maior participação da opinião pública, ouvir a voz dos cidadãos, educar para a cidadania, despertar as consciências para que as pessoas se dêem conta de que ninguém pode pensar por elas, de que apenas elas são actores e donos do seu próprio destino, autores da própria história. Ela reclama o desassossego, o bulir com as ideias feitas, a necessidade de agir, mesmo com a palavra, de mudar a vida, mudando de vida. Defende a liberdade como vivência, que a liberdade não pode ser encarada como uma filosofia, nem sequer uma ideia, mas um momento de consciência. Apregoa a liberdade nas sua várias tonalidades, na consciência e alegria da alteridade do outro, no acto de fazer o outro existir. Percebe e reage à sujeição dos valores da liberdade de informação, à perversão do liberalismo e neo-liberalismo selvagens que tomando conta de todas acções políticas e económicas vão matando a humanidade existente no ser humano. Indigna-se com a injustiça, com as guerras que deflagram a todo o momento e defende uma ética de memória e de responsabilidade; a capacidade de sermos capazes de ter o pensamento nas vítimas da história e o dever de não esquecer. Daí a necessidade de redesenhar os caminhos do ser no tempo, de revalorizar o pensamento, e ver se a par de todo o cotejo das vítimas ainda é possível descobrir a esperança. Suportados pela esperança e para mantermos viva a sua memória tivemos o cuidado de incluir pequenos extractos do seu pensamento nas páginas iniciais deste livro, estimulando a curiosidade e lançando como que um convite ao estudo e aprofundamento do seu pensamento. Depois pedimos aos seus amigos que nos dessem um testemunho das suas vivências com MLP. Não vou falar da qualidade literária dos textos, que é enorme, mas dizer apenas que todos os depoimentos foram escritos com as palavras certas, aquelas que surgem no papel vindas directamente do coração. Fazendo uma referência breve aos depoimentos, inicio com José Saramago que nota como ela faz falta ao país, a este país que não sabe acarinhar aqueles que não são “alinhados”, aqueles que não têm moldura onde se encaixar. Esta ideia é também reforçada por Lídia Jorge que afirma que o que mais admirou em MLP foi a sua “impetuosidade e o desalinhamento”; aquela pessoa que reage e actua em relação aos factos que presencia, aquela que diz palavras subversivas e de inconformismo, que incomodam os acomodados. Também estes factos são sublinhados por Luís Moita quando refere que o Estado português nunca soube aproveitar as suas capacidades, pelo contrário desaproveitou-as e quase a esqueceu. Luís Moita ainda a evoca a “um ritmo ternário”: na sua experiência cristã, na acção política, e no compromisso internacional. MLP partiu de uma experiência cristã, envolveu-se na acção política e desabrochou na acção mundial. Esta sua acção internacional é também testemunhada por Manuel José Carmo Ferreira que explicita o sentido da expressão usada por MLP “uma sociedade de confiança”. Explica o seu grande desejo era que o relacionamento internacional mais do que entre estados ou povos fosse a constituição de uma sociedade de confiança, que pressupõe, para além do cumprimento dos DH instituídos, mais 3 Direitos: o direito à Paz (pondo a guerra inequivocamente fora da lei – lembro a sua condenação da guerra contra o Iraque); o direito à Pátria (cada um poder realizar uma verdadeira relação de pertença, de se sentir em comunidade -aqui lembrava emocionada a situação do povo palestiniano); por último, o direito a um património comum da humanidade (património referido não só ao passado mas essencialmente em relação ao futuro, ao direito ao futuro). Esta crença no futuro é também realçada por Maria João Seixas quando diz que MLP desenhou o futuro com as mais justas e belas cores e por Marcelo Rebelo de Sousa quando afirma que MLP como cristã apostava no futuro e encarava a Utopia como o caminho para ultrapassar as dependências e alienações do presente, por isso o seu ecumenismo consciente pela procura de espaços de entendimento com as pessoas, com nome e com rosto, na situação concreta. É igualmente nesta linha de ser cidadã universal e ecuménica, na procura da concretização da Utopia, que Hélia Correia, não sendo cristã, encontrou uma companheira espiritual, lembrando que a espiritualidade era em MLP acção e que toda a sua acção era espiritualidade. Referindo-se à candidatura de MLP à presidência da República afirma: “estivemos muito perto de atingir a Utopia e nunca a Utopia teve um rosto e um sorriso como o dela”. Segundo ainda Hélia correia, “essa mulher sobressaltou o pensamento português” pois desejava efectivamente que a par da democracia representativa, a democracia participativa se tornasse realidade. Esta matéria foi bem defendida por Nuno Teotónio Pereira que apelou às acções de cidadãos organizados bem como por Rui Oliveira quando declara com MLP que a intervenção cidadã tem de ser quotidiana e não apenas no momento do voto. Teolinda Gersão realça a mulher pragmática e de acção. Para ela, passar do campo das ideias e das palavras à acção concreta, ao trabalho de campo e ao serviço público, era a sua verdadeira maneira de ser, aspectos esses também realçados por Maria Vitória Vaz Pato que ainda foca o interesse vivo de MLP pela novidade. O sentido de missão, de entrega ao outro, da luta pela dignidade dos seres humanos, aliados à sua irreverência e ousadia, com a noção de que a democracia existente ainda é imperfeita, são ideias reforçadas por António Ramalho Eanes e também por Fátima Grácio quando exprime a necessidade e a pressa que MLP sentia em lançar os fundamentos da “Fundação Cuidar o Futuro”. Ela sabia que através da Fundação poderia desenvolver iniciativas e programas que reflectiam muitas das preocupações e causas que defendeu durante toda a vida: a construção de um ser humano interventivo e de uma democracia nas suas diversas vertente de cariz político, social, económico e cultural mas, acima de tudo, baseada na ética da justiça, da responsabilidade, dos direitos, do cuidado e na força da mudança. Esta arte de mudar no sentido da justiça e da liberdade está intimamente ligada à arte de cuidar, no dizer de Guilherme de Oliveira Martins, dois planos estruturantes para MLP, que entendia o poder das mulheres como força social e mobilizadora de toda a humanidade, para um novo contrato social. É sobre esta mulher inteira, atravessada por convicções e dúvidas fortes, dedicada a grandes causas que Isabel Alllegro de Magalhães evoca. A sua forma de pensar as questões da mulheres, entrelaçando a libertação das mulheres com a libertação sócio-política, recusando a noção de igualdade e depois a da paridade, em nome de uma nova diferença assente no reconhecimento de uma cultura própria das mulheres e numa subjectividade feminina em exercício. Francisco silva Alves também enfatizou esta questão da política ter nuances novas com MLP, por ser uma política pensada no feminino, por isso possivelmente mais sensível e mais humana. Maria do Céu Guerra, Elsa de Noronha, José Fanha, Francisco Fanhais e Rui Sequeira usaram as palavras poéticas e as dos poetas para falarem de MLP. João Lavinha focou, entre outros aspectos, a obrigação da Abril, como imperativo social e político, em valorizar o legado cívico de MLP, em levar para diante o seu testemunho no aprofundamento e aperfeiçoamento da Democracia participativa. Nós, Associação Abril, estamos empenhados e empenhadas em fazer germinar o seu legado em todas as frentes, onde for necessário e oportuno. Para já queremos responder-lhe com Leonardo Boff quando diz: “…ensina teus passos/o caminho dos sonhos…/vives o tempo da coragem/ a música do risco…/ o tempo te desafia clamando! E roubando uma imagem que alguém utilizou para com o Zeca Afonso dizendo que ao morrer se transformou numa estrela da constelação da Utopia, acho que também MLP lá está, estrela dessa constelação, a mostrar-nos o caminho, tal como Eduardo Galeano tão bem descreveu e nós gostaríamos de seguir. E diz assim:

“ A utopia está lá no horizonte, Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a Utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” .

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Visitas - Companhia das Lezírias

No dia 20 de Julho organizámos uma visita, à Companhia das Lezírias e ao Museu do Neo-realismo em Vila Franca de Xira, denominada "A natureza e a cultura são o nosso melhor destino". Juntámo-nos, amigos, amigos de amigos, associados, num grupo de 41 pessoas e fizemos uma incursão por esses dois mundos que se entrelaçam numa cumplicidade sempre presente: pelo mundo natural, onde se alia a nova tecnologia com o que é genuíno e de qualidade, e pelo mundo intelectual, com a informação disponibilizada num Museu virado para as pessoas que passam ou que entram, que respeita o passado patrimonial mas também é moderno, interactivo e aberto à inovação. Houve ainda lugar a um pequeno debate liderado por Victor Barros, depois de um almoço delicioso, em que se discutiram aspectos que são preocupação comum, tais como as questões ligadas aos produtos biológicos, aos geneticamente modificados aos agro-commbustíveis, ao nuclear. Segue um pequeno apanhado fotográfico que documenta alguns momentos dessa viagem tão agradável e gratificante.
A visita à C L foi conduzida pelo seu Director, Eng. Vítor Barros.

Apreciando as vinhas que dão o bom vinho da Companhia; O montado. Gado bovino autóctone português. Produção de carne biológica e carne enriquecida com Ómega 3

Os arrozais: arroz carolino da tradição portuguesa;

O belo cavalo lusitano;

Depois de um excelente almoço no restaurante concessionado pela C L, A Coudelaria, debruçados sobre o mapa;

Que se passa hoje com a agricultura? A escassez dos alimentos, os bio-combustíveis...

E o Museu do Neo-Realismo em VFX, aqui tão perto! Visita guiada pelo seu Director, Dr. David Santos.

Fizemos a festa de Abril


O Arraial do 25 de Abril aconteceu mais uma vez no Largo do Carmo, apesar das dificuldades, apesar das incertezas em relação aos apoios.
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Mas há sempre aqueles que resistem, os incondicionais amigos que estão sempre presentes com a sua militância, que nos dão força e nos impelem a prosseguir. Para eles e para nós, o 25 de Abril, apesar de ter aberto as portas para a Democracia, ainda mantém algumas portas por abrir. Por isso, passados 34 anos, para que a Democracia se possa exercer plenamente, é necessário continuar a lembrar as promessas de Abril e lutar pela sua concretização.
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Por outro lado, torna-se interessante constatar que esta Festa, que organizámos pelo 5.º ano consecutivo, já é reivindicada por muitas pessoas, jovens e menos jovens que, nesta noite de 24 para 25 de Abril, estão habituadas a passar pelo Largo do Carmo para comemorar essa data tão significativa para todos nós. Já está a tornar-se “tradição”…recente!
Aos participantes, que foram muitos, (pena o Largo ser tão pequeno!), aos grupos e associações presentes, àqueles que animaram o palco com os seus vários talentos, o nosso agradecimento, pelo apoio, pelo carinho, pelo civismo, pela solidariedade.
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Assim, mais uma vez, para que a memória não esqueça, mesmo contra o vento, lançámos a nossa barca no mar da esperança e da luta e festejámos em alegria o Abril do “nosso contentamento”, “na praça, na rua, a rodos”, desejando que seja “Abril de sol que nasce para todos!”
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Viva o 25 de Abril, sempre!
Até para o ano!
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O Arraial do 25 de Abril parte da iniciativa da Associação ABRIL, com a colaboração e participação de várias Associações, Movimentos e Grupos de carácter político, cívico e cultural e realiza-se na noite de 24 de Abril, no Largo do Carmo.

Pretende-se que este evento se torne num momento significativo da intervenção cívica e política dos cidadãos. Por isso, este Arraial, para além do seu carácter lúdico transmitido pela mostra das actividades desenvolvidas pelas diversas entidades, nomeadamente a nível de artesanato, música, dança e gastronomia, tem também um cunho pedagógico, manifestado através dos diversos painéis/ exposições alusivos às realidades não só do quotidiano do país mas também a factos históricos de profundo valor simbólico para o desenvolvimento e aprofundamento da democracia em Portugal e, até, no mundo.

De salientar que este ano haverá uma exposição cronológica sobre o 25 de Abril, no Quartel do Carmo, denominada: “25 de Abril: memória e projecto de um tempo recente”. Para além disso, as salas do Quartel do Carmo que foram palco do 25 de Abril estarão de novo abertas a todos quantos as queiram visitar.

Esta Festa expressa ainda um apelo para que a chama dos ideais do 25 de Abril permaneça acesa no coração e na esperança de todos nós. Exprime também o desejo de que o cravo que animou a revolução e a canção da fraternidade entre “o povo que mais ordena”continuem vivos na memória e na concretização de uma sociedade mais justa e solidária, afirmada pelos decisores políticos e reivindicada pelas pessoas em geral.

Esta actividade conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da Associação de Turismo de Lisboa, da Comunicasom, do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra e da Associação 25 de Abril.
PROGRAMA

No Quartel do Carmo
16.00 h - 22.00 h - Exposição cronológica sobre o 25 de Abril
-------------------.....- As salas da revolução

No Largo do Carmo
18.15 h - Bandas de música brasileira: "Logo aí" e "Mr. Isaac Project "
19.00 h - Coro do Ministério da Educação
19.20 h - Cantares do Sul
19.40 h - Grupo de cordas
20.00 h - Dançando forró com Pablo e Érica
20.20 h - Grupo folclórico da USIA
20.40 h - Duo USIANO
20.50 h - Momento de poesia: Elsa de Noronha
21.00 h - Grupo hip hop "Wonderful Kova m"
21.20 h - RefugiActo: apontamento teatral
21.40 h - Grupo de batuque "Finca-pé"
22.00 h - Duo luso-cubano "Edu- isa"
22.40 h - Grupo de dança Alfa Arroba
23.30 h - Pedro Branco
23.50 h - Rui Sequeira
00.00 h - Pedro Branco+ Rui Sequeira
(Grândola, vila morena!) (Apagar as velas do bolo do 34.º aniversário do 25 de Abril e distribuição aos presentes)
Final da Festa = Viva o 25 de Abril, sempre!
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Colaboração/Participação
CONVITE

Convidamos todas as amigas e todos os amigos, associadas e associados a participarem nesta festa de
Abril na praça,
Abril de massas,
Abril na rua,
Abril a rodos,
Abril de sol
Que nasce para todos!

Contamos convosco!
Viva o 25 de Abril, sempre!

20 Canções para Zeca Afonso


A música e as palavras de Zeca Afonso
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dia 25 de Abril

6ªfeira, às 21h no Grande Auditório

Centro Cultural de Belém

Concepção, direcção musical e arranjos: Rafael Fraga
Arranjos: João Paulo Esteves da Silva
Assistência de direcção musical: Augusto Macedo

Músicos: Alexandra Ávila, voz. João David Almeida, voz. Jorge Reis, saxofones. Rafael Fraga, guitarras. Augusto Macedo, baixo. Bruno Pedroso, bateria e percussões. João Paulo Esteves da Silva, piano. Tempus, quarteto de cordas.

20 Canções para Zeca Afonso é uma alternativa original e requintada de homenagem a Zeca Afonso, que procura o equilíbrio entre uma mensagem emocional clara, pelas palavras e temas musicais, e a leveza fraterna e optimista própria da sua música.
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Em 20 Canções para Zeca Afonso a raiz popular presente na música de Zeca Afonso é recriada num contexto inovador que concilia as melodias das canções, os timbres jazzísticos do trio de jazz que acompanha os instrumentos solistas e a ambiência subtil do quarteto de cordas, numa fusão única de universos musicais que se complementam e enriquecem. O repertório seleccionado inclui canções originalmente editadas entre 1962 e 1987, representando estética e cronologicamente uma parte significativa da obra de Zeca Afonso. Assim, a par de temas muito popularizados, serão interpretados outros menos divulgados, o que confere a este projecto uma componente muito forte de divulgação musical.

Veja mais em: 20 Canções para Zeca Afonso.
M/ 12 anos
Preços especiais CCB 15 anos
1ª e 2ª Plateias 18€

Arraial Popular - Convocação

Na sequência das reuniões preparatórias do Arraial Popular do 25 de Abril, convocamos novamente todos os participantes para uma reunião, na sede da Associação Abril, na próxima Quinta Feira, dia 17 de Abril, às 19.30h. Um abraço. Contactos:
margaridavieira@netcabo.pt Guadalupe: 966785119 Margarida:. 965214312

MÚSICA PELO MÉDIO ORIENTE

No 5º Aniversário da Ocupação do Iraque Uma excelente ocasião de testemunharmos aos nossos amigos árabes que nos vêm presentear com a sua música, solidariedade com as suas causas. Entre 8 e 13 de Abril 2008, 4 concertos em Braga, Coimbra, Lisboa e Torres Novas. A ocasião rara de ouvir ao vivo grandes músicos do Iraque e da Palestina recebidos em palco por artistas portugueses. O Iraque e a Palestina vêm sendo notícia por viverem em estado de guerra e de catástrofe humanitária. A proposta é conhecermos as suas civilizações através da arte. Em cena estarão também artistas portugueses, estreitando as distâncias culturais e geográficas. Uma iniciativa do «Tribunal-Iraque», com apoio da Associação ABRIL, que organiza uma série de concertos de solidariedade em que actuam músicos árabes, do Iraque e da Palestina, acompanhados por diversos músicos portugueses. 12 ABRIL 2008, 21h30 no Cinema São Jorge, em Lisboa Wesam Ayub e Ehad Al-Azzawy (Iraque) Marwan Abado (Palestina) são recebidos por: Luís Represas, João Pedro Pais e José Mário Branco Bilhetes à venda no local do espectáculo, Ticketline e lojas FNAC. Preço único €10.

O Livro e o Lançamento


Maria de Lourdes Pintasilgo mereceu a atenção de uma sala cheia de amigas e amigos, onde não couberam todos os que queriam ter estado presentes.
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Livros à venda na:
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Associação Abril – R. S. Pedro de Alcântara, 63 1º D, em Lisboa
Letra Livre – Calçada do Combro, 139, em Lisboa
Loja 107, Livrarias - R. Heróis da Grande Guerra 107 - Caldas da Rainha
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E brevemente na:
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Byblos Livrarias - Av. da Boavista, no Porto e Amoreiras, em Lisboa
Ler Devagar – Fábrica de Braço de Prata, em Lisboa.
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Arraial do 25 de Abril 2008



O Arraial do 25 de Abril parte da iniciativa da Associação ABRIL, com a colaboração e participação de várias Associações, Movimentos e Grupos de carácter político, cívico e cultural e realiza-se na noite de 24 de Abril, no Largo do Carmo.

Pretende-se que este evento se torne num momento significativo da intervenção cívica e política dos cidadãos. Por isso, este Arraial, para além do seu carácter lúdico transmitido pela mostra das actividades desenvolvidas pelas diversas entidades, nomeadamente a nível de artesanato, música, dança e gastronomia, tem também um cunho pedagógico, manifestado através dos diversos painéis/ exposições alusivos às realidades não só do quotidiano do país mas também a factos históricos de profundo valor simbólico para o desenvolvimento e aprofundamento da democracia em Portugal e, até, no mundo.

Esta Festa expressa ainda um apelo para que a chama dos ideais do 25 de Abril permaneça acesa no coração e na esperança de todos nós. Exprime também o desejo de que o cravo que animou a revolução e a canção da fraternidade entre “o povo que mais ordena”continuem vivos na memória e na concretização de uma sociedade mais justa e solidária, afirmada pelos decisores políticos e reivindicada pelas pessoas em geral.

Esta actividade conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da Associação de Turismo de Lisboa, da Comunicasom e da Associação 25 de Abril.


ARRAIAL POPULAR do 25 de Abril

Amigas e amigos: Embora bastante atrasados, vimos convocar-vos, com urgência, para uma reunião, a fim de organizarmos o Arraial do 25 de Abril no Largo do Carmo, tal como vem acontecendo nos últimos anos. Assim, contamos convosco e com as vossas ideias, no dia 18 de Março, às 19.30h, na sede da Associação Abril, para a reunião preparatória, com seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Informações 2. Definição de estratégias para a organização do Arraial 3. Constituição de grupos de trabalho 4. Outros assuntos 5. Próxima reunião Tragam mais amigos interessados em colaborar, mesmo que não estejam ligados a qualquer Associação ou Movimento cívico. Um abraço. Contactos: guadalupe@iol.pt; guadalupe.magalhaes@gepe.min-edu.pt margaridavieira@netcabo.pt
Guadalupe: 966785119
Margarida:. 965214312

Maria de Lourdes Pintasilgo


Na superlotada Livraria da Assembleia da República, decorreu o lançamento do livro Uma Flor por Maria de Lourdes Pintasilgo, tempo para uma nova evocação dessa grande mulher portuguesa.

Adelino Gomes lembrou-a através de textos incluídos no livro. Manuel Freire, os Couple Coffee e Francisco Fanhais pela poesia e pelas canções. A importância das ideias defendidas por Maria de Lourdes Pintasilgo na formação da ABRIL foi exposta por Guadalupe Magalhães.

Proxima actividade



Lançamento do livro homenagem "Uma Flor por Maria de Lourdes Pintasilgo"

Antecipando a celebração do dia da Mulher, a Associação ABRIL vai proceder ao lançamento da obra "Uma flor por Maria de Lourdes Pintasilgo", a realizar no dia 07 de Março (sexta-feira), na Livraria da Assembleia da República, às 18.30h.

A sessão conta com a intervenção do jornalista Adelino Gomes e dos músicos Manuel Freire, e de Luanda Cozetti e Norton Daiello (Couple Coffee).

A edição deste livro teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e regista a sessão realizada em Novembro de 2004, na Biblioteca Museu da República e da Resistência em que participaram:
António Ramalho Eanes, Elsa Noronha, Fátima Grácio, Francisco Fanhais, Francisco Silva Alves em representação da ABRIL, Guilherme d’Oliveira Martins, Hélia Correia, Isabel Allegro de Magalhães, João Lavinha em representação da ABRIL, José Fanha, José Saramago, Lídia Jorge, Luís Moita, Manuel José Carmo Ferreira, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria do Céu Guerra, Maria João Seixas, Maria Vitória Vaz Pato, Nuno Teotónio Pereira, Rui Oliveira em representação da APRIL, Rui Sequeira e Teolinda Gersão.

Contamos com a vossa presença.