Ciclo "Memória e Resistência"


23 de Abril -  23 de Julho  2012

APRESENTAÇÃO

Dando continuidade ao Plano de Atividades da Associação Abril para o presente biénio 2012/ 2013, e para o qual adotamos o lema
"um contentamento descontente"
verso de um soneto de Camões, delineámos um ciclo de debates e filmes denominado "Memória e Resistência".

Pretendemos, assim, não apenas lembrar acontecimentos que nos anos 60 abalaram o regime fascista que nos dominou durante 48 anos, mas também contribuir para que a memória seja preservada e a história se possa escrever com fidelidade.

Com esta iniciativa queremos ainda prestar uma simbólica homenagem a todos os intervenientes nestes acontecimentos de grande significado histórico e político.

Desejamos também refletir sobre o significado e a importância que esses factos tiveram na época, bem como avaliar o seu impacto e a sua influência na formação da mentalidade responsável e atuante que levou à queda da ditadura em 25 de Abril de 1974.

Finalmente, pretendemos extrapolar essa reflexão para os problemas sociais e políticos que afetam a sociedade portuguesa nos tempos de hoje.


PROGRAMA

23 de Abril - 18.30h
 
Conferência:  A Crise académica de 1962 - 50 anos depois
Conferencistas: Isabel do Carmo, José Zaluar Basílio, Francisca Soromenho e João Marecos
Integrado no Festival dos Cravos de Abril, jovens de ontem e de hoje refletem sobre as crises estudantis, as suas semelhanças e diferenças.

Debate

28 de Maio - 18.30h

Mesa redonda: Trilhos da Liberdade
Participantes: Amândio Silva, Camilo Mortágua e Manuel Pedroso Marques
Relatos pessoais de alguns dos protagonistas de atos de rebelião contra a ditadura, como o Assalto ao Navio Santa Maria, o Desvio do Avião da linha Marrocos-Lisboa e o Assalto ao Quartel de Beja, Reflexão sobre o impacto e consequências desses acontecimentos na sociedade portuguesa.

Debate

18 de Junho - 18.30h

Colóquio: Católicos Progressistas 
Sessão organizada em dois momentos:
1ª mesa
Comunicações e testemunhos: Ana Vicente, António Correia, João Medina, Manuela Braz Jorge, Maria Vitória Vaz Pato, Nani Sallio.
Evocação de homenagem a António Jorge Martins e Sereno Regis, duas personalidades pouco conhecidas mas marcantes neste movimento renovador que ajudou a criar uma nova consciência política e desafiou não só o  sistema ditatorial como a própria Igreja, destacando ainda o papel do líder principal deste processo, Nuno Teotónio Pereira.

2ª mesa
Depoimentos de: Maria da Conceição Moita, Francisco Fanhais, Joana Lopes, Mário Brochado Coelho e Paulo Fontes.
Memórias de uma época de luta e empenhamento religioso, político e social, numa perspectiva de extensão do debate para a actualidade e no sentido de desenvolver ideias e apontar propostas de acção e de intervenção na atual conjuntura política.

Debate

9 de Julho - 18.30h

Documentário: À procura do socialismo, de Alípio de Freitas e Mário Lindolfo.
História das ideias socialistas desde Antero de Quental até à votação e aprovação da 1ª Constituição depois do 25 de Abril.

Debate

23 de Julho - 18.30h

Filme: A Fuga, de Luís Filipe Rocha
Ficção sobre uma fuga de presos políticos do forte de Peniche.
  
Debate

Nota 1: Contamos com a presença dos realizadores nos debates

Nota 2 : Durante as sessões estarão à venda livros das/dos conferencistas e de outros autores, sobre a temática do Ciclo, podendo ocorrer sessões de autógrafos.


Organização: Associação Abril
Parceria: SPA – Sociedade Portuguesa de Autores
 Auditório Maestro Frederico de Freitas
Av. Duque de Loulé, n.º 31 - Lisboa

Entrada livre
 
AGRADECIMENTOS: A Associação Abril agradece à SPA pelo apoio prestado, bem como aos conferencistas e a todas e todos que connosco colaboraram

Convite


Festival dos Cravos de Abril 2012


Festejamos o 25 de Abril há 8 anos, com uma programação variada que tem melhorado de ano para ano. Para além da programação habitual com conferências, filmes, atividades com crianças, concurso de fotografia, este ano ainda evocámos, num belíssimo concerto, no também belo jardim de S. Pedro de Alcântara, as figuras ímpares de Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso, sob a égide do projeto da AJA Norte "amigos maiores que o pensamento".

O Festival dos Cravos de Abril insere-se no Plano de Atividades da Abril para o biénio de 2012/2013 que elegeu para lema um verso de Camões que fala de "um contentamento descontente". Fomos buscar a Camões estas palavras, que embora retiradas de um poema de amor se adaptam muito ao tempo de hoje, se quisermos extrapolar para outros sentidos e significados.

No entanto, também se trata de amor. Um amor contente que nos leva a realizar atividades, a festejar Abril, a não deixar perder a memória, a dignificar a mulher, a realizar visitas culturais, a organizar ações de solidariedade, a participar em atividades politicas pugnando pela justiça social, a não esquecer que o povo começou a ter voz no dia em que em conjunto e sem medo cantou "Grândola, vila morena". Esse é o nosso contentamento de resistência, de não desistir e não cair na apatia ou na indiferença e cuja mensagem queremos transmitir às novas gerações. É bem o nosso amor contente à causa da democracia, da cidadania e da liberdade.

Mas também é um amor descontente porque são difíceis de trilhar os caminhos da cidadania. Torna-se cada vez mais complicado os cidadãos anónimos terem direito a fazerem-se ouvir, a atuar no quotidiano de forma voluntária, responsável, sem qualquer outro interesse que não seja o da participação, da consciência cívica, o de tentar contribuir para a construção de um mundo mais justo e solidário.

Esta Associação se não tivesse outros objetivos, que os tem, apenas pelo nome que assumiu tem responsabilidades acrescidas que a vinculam a uma data que quer defender, bem como tudo o que ela trouxe de valores fundamentais para sociedade portuguesa.

É um dever cidadão, é nosso dever, o de melhorar a democracia, defender a democracia participativa e comunitária, pois vivem-se tempos de uma democracia e "baixa intensidade", de fraca qualidade, que não defende os cidadãos mas protege acerrimamente os mercados e o capital. Por isso, é preciso acrescentar valor à democracia e isso faz-se com cidadãos ativos e também com iniciativas que envolvam a sociedade civil.

E voltando a Camões dizer que também trazemos em nós aquele "fogo que arde sem se ver" mas que atiça aquele outro que ardendo se vê nos nossos atos e na nossa paixão de defesa da dignidade humana. Por isso não desistimos e continuamos a lutar.

Em baixo podemos ver as fotos das atividades entretanto realizadas:

1. Sessão de abertura do Festival dos Cravos de Abril, em que se distribuíram os prémios do Concurso de Fotografia, para além da visualização do filme "Os Índios da meia-praia", ao qual se seguiu um debate, com a presença do seu realizador, António da Cunha Teles, o que muito nos honrou.
 

2. Mesa- redonda sobre a "Crise académica de 1962-50 anos depois", com a participação de Isabel do Carmo, Zaluar Basílio, Francisca Soromenho e João Marecos.


3. Concerto de evocação e homenagem a Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso.

4. Arraial Popular de homenagem ao 25 de Abril.
1º. Dia
 

2º. Dia