60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Utopia Cidade Sem muros nem ameias Gente igual por dentro Gente igual por fora Onde a folha da palma Afaga a cantaria Cidade do homem Não do lobo mas irmão Capital da alegria Braço que dormes Nos braços do rio Toma o fruto da terra É teu a ti o deves Lança o teu Desafio Homem que olhas nos olhos Que não negas O sorriso a palavra forte e justa Homem para quem O nada disto custa Será que existe lá para os lados do Oriente Este rio este rumo esta gaivota Que outro fumo deverei seguir Na minha rota? (Zeca Afonso)
Nestes 60 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, lembrámo-nos deste texto/canção do Zeca Afonso, pela sua semelhança, em termos de conceito. Não escreveu 30 artigos mas numa síntese poética põe lá tudo. Desta forma concisa José Afonso faz um hino aos Direitos Humanos. Apela ao sonho de harmonia entre os seres humanos, à dignidade, ao respeito pela natureza e pelo património cultural, ao direito e ao respeito pelo fruto da terra, ao direito à indignação, à justiça, à liberdade, à esperança de um rumo novo para a humanidade. Passados 60 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e mais de 20 anos sobre a canção do Zeca, a humanidade continua, cada vez mais, a esquecer – se de cumprir o que tão entusiasticamente declarou como suas obrigações absolutas e inquestionáveis. Esquece por completo aqueles direitos primordiais a que todos os seres humanos têm direito só pelo facto de existirem: a dignidade do ser – o direito ao pão, à habitação, à saúde, a educação, à liberdade, à paz.
Todos os restantes valores apenas aperfeiçoam estes que, para nós, são os principais. O que hoje vemos são estes e outros valores completamente invertidos e violados.
A humanidade perdeu a vergonha! É mais importante salvar quem já muito possui, os altos interesses dos ricos do que salvar famintos, sem tecto, sem terra, sem nada! Há que dizer que chega de hipocrisia! É preciso começar a mudança e lançar o grito de Basta Já!

Crédito de imagem a: Lino Resende

Este texto faz parte da Bolgagem Colectiva de Celebração do 6oº Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promovida por Sam, do Fênix Ad Eternum.

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4 comentários:

Graza disse...

Bonito texto e de inteira justiça a Zeca Afonso pelo que cantou em vida pelos Direitos Humanos

Anónimo disse...

Muito bom o texto,perfeito em intenção e conteudo,parabens!

Anónimo disse...

Acredito que a Declaração dos direitos humanos seja o ideal a que iremos chegar, com a boa vontade de todos e para isto, quem é mais consciente, deve por obrigação, tentar propagar as idéias e aplicação deste ideal fraterno. Beijus

Vanessa Anacleto disse...

Sim, Basta, já! Tb participei da coletiva e passei aqui para conferir seu post. Parabéns.

Um abraço