Festival dos Cravos de Abril 2012


Festejamos o 25 de Abril há 8 anos, com uma programação variada que tem melhorado de ano para ano. Para além da programação habitual com conferências, filmes, atividades com crianças, concurso de fotografia, este ano ainda evocámos, num belíssimo concerto, no também belo jardim de S. Pedro de Alcântara, as figuras ímpares de Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso, sob a égide do projeto da AJA Norte "amigos maiores que o pensamento".

O Festival dos Cravos de Abril insere-se no Plano de Atividades da Abril para o biénio de 2012/2013 que elegeu para lema um verso de Camões que fala de "um contentamento descontente". Fomos buscar a Camões estas palavras, que embora retiradas de um poema de amor se adaptam muito ao tempo de hoje, se quisermos extrapolar para outros sentidos e significados.

No entanto, também se trata de amor. Um amor contente que nos leva a realizar atividades, a festejar Abril, a não deixar perder a memória, a dignificar a mulher, a realizar visitas culturais, a organizar ações de solidariedade, a participar em atividades politicas pugnando pela justiça social, a não esquecer que o povo começou a ter voz no dia em que em conjunto e sem medo cantou "Grândola, vila morena". Esse é o nosso contentamento de resistência, de não desistir e não cair na apatia ou na indiferença e cuja mensagem queremos transmitir às novas gerações. É bem o nosso amor contente à causa da democracia, da cidadania e da liberdade.

Mas também é um amor descontente porque são difíceis de trilhar os caminhos da cidadania. Torna-se cada vez mais complicado os cidadãos anónimos terem direito a fazerem-se ouvir, a atuar no quotidiano de forma voluntária, responsável, sem qualquer outro interesse que não seja o da participação, da consciência cívica, o de tentar contribuir para a construção de um mundo mais justo e solidário.

Esta Associação se não tivesse outros objetivos, que os tem, apenas pelo nome que assumiu tem responsabilidades acrescidas que a vinculam a uma data que quer defender, bem como tudo o que ela trouxe de valores fundamentais para sociedade portuguesa.

É um dever cidadão, é nosso dever, o de melhorar a democracia, defender a democracia participativa e comunitária, pois vivem-se tempos de uma democracia e "baixa intensidade", de fraca qualidade, que não defende os cidadãos mas protege acerrimamente os mercados e o capital. Por isso, é preciso acrescentar valor à democracia e isso faz-se com cidadãos ativos e também com iniciativas que envolvam a sociedade civil.

E voltando a Camões dizer que também trazemos em nós aquele "fogo que arde sem se ver" mas que atiça aquele outro que ardendo se vê nos nossos atos e na nossa paixão de defesa da dignidade humana. Por isso não desistimos e continuamos a lutar.

Em baixo podemos ver as fotos das atividades entretanto realizadas:

1. Sessão de abertura do Festival dos Cravos de Abril, em que se distribuíram os prémios do Concurso de Fotografia, para além da visualização do filme "Os Índios da meia-praia", ao qual se seguiu um debate, com a presença do seu realizador, António da Cunha Teles, o que muito nos honrou.
 

2. Mesa- redonda sobre a "Crise académica de 1962-50 anos depois", com a participação de Isabel do Carmo, Zaluar Basílio, Francisca Soromenho e João Marecos.


3. Concerto de evocação e homenagem a Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso.

4. Arraial Popular de homenagem ao 25 de Abril.
1º. Dia
 

2º. Dia



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