Neste trimestre (Maio, Junho e Julho 2015), o Ciclo "Radiografias do nosso Tempo", é dedicado à História recente e a acontecimentos relevantes da atualidade. Iniciamos as atividades com esta sessão sobre as memórias do PREC, por aqueles que o viveram e nele participaram ativamente .Ouviremos o ponto de vista de um militar-Duran Clemente- e de um civil-Camilo Mortágua. A síntese será feita por Raquel Varela que apresentará a sua visão e interpretação como historiadora, desse tempo de ilusão e luta, ela que ainda não tinha nascido quando os factos ocorreram.
O Processo
Revolucionário em Curso ou apenas PREC
designa, em sentido lato, o período de atividades revolucionárias, na
sequência do golpe militar de 25 de Abril de 1974. Em sentido restrito, o termo
é frequentemente usado para referir o período do Verão Quente de 1975 e designa
a ação dos partidos, quadros militares e grupos de esquerda que, por entre
efervescente agitação popular conduziam o processo político do pós 25 de Abril
rumo ao socialismo. No processo estavam envolvidos ativistas de uma vasta
franja do espectro partidário de esquerda, desde o PS aos mais radicais. Entre
eles, apesar das diferenças ideológicas, havia coesão cerrada em torno dos
ideais de Abril e a convicção de que uma verdadeira justiça social seria
instalada em Portugal. Fizeram-se ocupações de terras e casas
abandonadas, organizou-se a Reforma Agrária em paralelo com melhorias
sociais importantes, como o estabelecimento do salário mínimo. O processo
levaria ainda ao desmantelamento de grupos económicos ligados ao regime
deposto, à nacionalização de empresas consideradas de interesse público, na
banca, seguros, transportes, comunicações, siderurgia, cimento, indústrias
químicas, celulose. Toda esta paixão e efervescência social, em que o povo
sentia ser dono do seu próprio destino, termina com o golpe militar de 25 de
Novembro.
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