Aconteceu a 29 de Junho, na SPA,
para o público habitual que nos tem honrado com a sua presença e vai acontecer
de novo a 29 de Outubro, desta vez destinada a jovens do ensino secundário
diurno e noturno do Liceu Camões. Como o tema, infelizmente continua actual,
achamos pertinente repeti-lo agora para um público jovem, com duas sessões para
abranger turnos diferentes: às 10h00 e 19h00. Vamos propor-lhes uma reflexão
aprofundada sobre este tema infelizmente tão atual, numa tentativa de
sensibilizar os jovens para esta grave questão que afecta milhões de seres
humanos e que a Europa terá que enfrentar. É um desfio aos nossos mais básicos instintos de
humanidade em que os valores da solidariedade e entreajuda são vitais. Que
contributo se pode dar para resolver este drama humanitário? Como cidadãos o que devemos exigir
às forças políticas que nos governam? Como lutar contra o medo, a indiferença,
a xenofobia que alastram por esse mundo fora? Que valor atribuímos à vida
humana? Tem a Europa obrigações históricas para com estes seres humanos que
despojados de tudo, só procuraram fugir da guerra e sobreviver? Que futuro para
os mais de 30 milhões de crianças, muitas delas órfãs? É este o mundo que
desejamos? Está nos jovens, nas suas
mãos, a mudança que se impõe. Eles são o
Futuro. Gostaríamos que esse Futuro pudesse de, por exemplo, no seu bairro, no seu clube, na sua escola,
lidar com a realidade dos refugiados e mostrar o que de melhor existe
no ser humano. Que pudesse considerar que o mundo é a casa de todos nós e que
ninguém tem o direito de colocar muros nem arame farpado à volta da nossa casa nem nos caminhos da procura de uma vida de
paz. Queremos que o Futuro não seja de lágrimas, de sangue e morte. Queremos
ver as caras do Futuro a sorrir!
Esta é uma aula diferente. Uma
reflexão que se impõe nos dias de hoje sob a batuta de Cristina Santinho, doutorada em Antropologia
pelo ISCTE e investigadora nesta aérea e nos Direitos Humanos; Raúl Ramires,
licenciado e Relações Internacionais, membro da Direção do Movimento pelos
Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz
no Médio-Oriente ( MPPM), conhecedor
profundo da problemática dos refugiados palestinos; Alexandra Carvalho,
antropóloga, representante do Conselho Português para os Refugiados (CPPR), coordenadora de projetos
e a trabalhar no terreno com refugiados;
e o refugiado Raby Abdourahahmane.
Acossados pela guerra,
perseguições, catástrofes e miséria milhões de pessoas olham para a Europa como
a última tábua de salvação, a derradeira esperança de sobreviver ao terror.
Para alcançar a Europa estão dispostos a arriscar tudo e lutar até
ao último fôlego, esperando escapar nas difíceis travessias feitas em condições
extremas, através de um mar onde muitos
encontram a sua sepultura. Para agravar cada drama, os fugitivos pagam fortunas
às máfias, os novos esclavagistas do séc. XXI, que lucram mais e mais com o
recrudescer das guerras.
Perante esta emergência
humanitária a União Europeia mostra-se
incapaz de gerir este fenómeno por falta
de verdadeiras políticas de integração e de solidariedade, tanto no acolhimento
de migrantes como nos pedidos de asilo. A alternativa parece ser construir muros...até quando?
É sobre toda esta tragédia
histórica que vos propomos uma reflexão e um debate, no próximo dia 29 de
Junho, às 18.30, na SPA, com a presença de Cristina Santinho, investigadora na
área dos refugiados e Raúl Ramires, membro da Direção do MPPM, conhecedor profundo da problemática do
Médio-Oriente.
Contamos convosco e com as vossas contribuições
para o debate.
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